A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Senado convocou o ministro da Previdência Social para prestar esclarecimentos sobre a operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação aponta um esquema de desvio de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões, envolvendo sindicatos e associações que cadastravam beneficiários sem autorização, utilizando documentos falsos. O presidente do INSS foi demitido após o início das investigações, e o ministro assumiu a responsabilidade pela indicação do ex-gestor, destacando que ele havia sido considerado um funcionário exemplar.
A fraude ocorria por meio de acordos técnicos entre o INSS e entidades, que descontavam mensalidades associativas diretamente dos benefícios previdenciários. Segundo a PF, 97% dos aposentados entrevistados não reconheciam os descontos ou sequer tinham conhecimento da associação. A Controladoria-Geral da União identificou que 70% das 29 entidades analisadas não entregaram os documentos necessários, reforçando as irregularidades.
A operação mobilizou 700 policiais federais e 80 servidores da CGU, cumprindo 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados, além do sequestro de R$ 1 bilhão em bens. Cinco servidores do INSS e um policial federal foram afastados por suspeita de envolvimento. As investigações começaram em 2023 após denúncias internas e reclamações de beneficiários, culminando em uma das maiores ações contra fraudes na previdência.