A Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto para apurar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. A investigação, que cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e 6 prisões temporárias, revelou que entidades associativas fraudavam autorizações para descontar mensalidades diretamente dos benefícios previdenciários. Segundo a Abradeb, cerca de R$ 300 milhões eram desviados mensalmente, com suspeitas de falsificação de documentos e falta de verificação rigorosa por parte do INSS.
A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou irregularidades em 29 entidades com Acordos de Cooperação Técnica com o INSS, constatando que a maioria dos beneficiários não havia autorizado os descontos. O governo suspendeu os acordos e determinou medidas para que aposentados possam cancelar débitos indevidos via aplicativo Meu INSS. Seis pessoas foram afastadas de cargos no instituto, incluindo seu presidente, enquanto a PF apreendeu bens de luxo e valores em espécie relacionados ao esquema.
A Abradeb criticou o Poder Judiciário por não ter agido antes, já que uma ação civil pública contra o INSS havia sido apresentada em dezembro de 2024. O caso, que envolve também a Dataprev e 33 associações, investiga crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O presidente da República foi informado sobre a operação, que continua apurando os detalhes dos desvios.