A Polícia Federal deflagrou a Operação Copia e Cola para investigar supostos desvios de recursos públicos na área da saúde em Sorocaba (SP). A ação mira contratos emergenciais firmados sem licitação com uma organização social, que recebeu mais de R$ 123 milhões da prefeitura entre 2021 e 2024. O Tribunal de Contas do Estado já havia considerado irregular um desses contratos, por falta de comprovação de emergência e economicidade.
A investigação também analisa possível relação entre a organização social e campanhas políticas, com base em interceptações telefônicas e mensagens obtidas em outra operação no Rio Grande do Sul. Durante a ação, foram apreendidos R$ 863 mil em dinheiro vivo e bens de luxo em endereços ligados a pessoas próximas ao poder municipal. A prefeitura afirmou colaborar com as autoridades, enquanto os investigados negam irregularidades.
Além dos contratos na saúde, o caso inclui outras polêmicas da gestão, como a compra superfaturada de um prédio para a Secretaria de Educação e um contrato de R$ 26 milhões em kits de robótica. A operação abrange 13 cidades e investiga crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e frustração de licitação. A organização social envolvida teve seus bens bloqueados e está proibida de novos contratos com o poder público.