A Polícia Federal (PF) realizou uma operação nesta quinta-feira (24) em Roraima, cumprindo 14 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais de oito pessoas suspeitas de fraudar benefícios assistenciais do INSS destinados a imigrantes venezuelanos. Entre os alvos da Operação Cessatio estão sete escritórios de advocacia e um delegado aposentado. A ação é um desdobramento da Operação Ataktos, realizada em outubro de 2024, que investigava denúncias de venezuelanos que, mesmo não residindo no Brasil, recebiam indevidamente o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou o Bolsa Família.
O foco principal da operação foram as fraudes relacionadas ao BPC, que garante um salário mínimo mensal a idosos ou pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade financeira. Segundo a PF, os investigados recrutavam idosos venezuelanos que não moravam no país, falsificavam documentos e manipulavam cadastros públicos para que continuassem recebendo o benefício mesmo após retornarem à Venezuela. O esquema envolvia a criação de registros fraudulentos no Cadastro Único (CadÚnico), utilizado para conceder o Bolsa Família a famílias de baixa renda.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados, totalizando aproximadamente R$ 16 milhões, além de aplicar medidas cautelares, como a suspensão de atividades econômicas. A PF não divulgou os nomes dos envolvidos, mantendo o sigilo das investigações. A operação reforça os esforços para combater irregularidades em programas sociais, garantindo que os recursos cheguem a quem realmente precisa.