A Organização Marítima Internacional (OMI), agência da ONU, aprovou nesta sexta-feira (11) um novo padrão global para reduzir as emissões de CO2 no setor de navegação. O acordo prevê a cobrança de uma taxa de US$ 380 por tonelada de carbono emitida acima de um limite estabelecido, a partir de 2028, além de multas adicionais para navios que ultrapassarem um padrão mais rigoroso. Embarcações que utilizarem combustíveis mais limpos serão recompensadas com créditos negociáveis. A medida visa ajudar a OMI a alcançar sua meta de cortar 20% das emissões até 2030 e zerá-las até 2050.
Os EUA se retiraram das negociações, pressionando outros países a fazer o mesmo e ameaçando retaliar taxações sobre navios norte-americanos. Enquanto isso, a maioria dos membros da OMI apoiou o acordo, apesar de divergências sobre o ritmo da transição. Uma proposta mais ambiciosa, defendida por nações vulneráveis ao clima, União Europeia e Reino Unido, foi rejeitada devido à oposição de China, Brasil e Arábia Saudita. O esquema deve gerar até US$ 40 bilhões em taxas até 2030, parte dos quais será destinada a baratear combustíveis de emissão zero.
Reações ao acordo foram divididas. A Comissão Europeia e o Reino Unido o consideraram um avanço, ainda que insuficiente para alinhar o setor ao Acordo de Paris. Já representantes de países ameaçados pela elevação do nível do mar, como Vanuatu, criticaram a falta de ambição para limitar o aquecimento global a 1,5°C. O texto ainda precisa de aprovação final em outubro, mas já sinaliza um passo significativo na regulamentação ambiental do transporte marítimo.