A ONU alerta que a inteligência artificial (IA) deve movimentar US$ 4,8 trilhões até 2033, equivalente à economia alemã, mas também pode afetar 40% dos empregos globais. Enquanto economias avançadas estão mais preparadas para aproveitar as oportunidades, países em desenvolvimento enfrentam riscos de aumento da desigualdade, já que a automação tende a beneficiar mais o capital do que a mão de obra. Brasil, China, Índia e Filipinas se destacam entre as nações em desenvolvimento com melhor preparação tecnológica, mas a ONU ressalta que muitos países do Sul Global ainda estão excluídos das discussões sobre regulação e ética da IA.
O relatório da UNCTAD destaca que a IA generativa pode trazer mais benefícios à mão de obra em países de renda média e baixa do que a automação tradicional, mas adverte que os ganhos de produtividade podem ficar concentrados em poucas economias. Empresas dos EUA e da China dominam 40% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o que pode ampliar a disparidade tecnológica. A organização defende maior cooperação internacional para garantir que a IA promova o desenvolvimento sustentável e inclusivo, sem deixar países pobres à margem.
Para mitigar os impactos negativos, a ONU recomenda investimentos em requalificação profissional e adaptação da força de trabalho, além da participação ativa dos países em desenvolvimento na governança global da IA. Embora a tecnologia possa criar novas indústrias e empoderar trabalhadores, a falta de regulamentação equitativa pode aprofundar desigualdades. O desafio, segundo a organização, é garantir que os benefícios da IA sejam distribuídos de forma justa, evitando que apenas algumas nações e empresas dominem os frutos desse avanço.