O recente ataque de uma onça-pintada a um caseiro no Pantanal reacendeu o debate sobre a conservação da espécie, o maior felino das Américas. Especialistas destacam que esses incidentes são raros e geralmente ocorrem quando o animal se sente ameaçado, com fome ou protegendo filhotes. A escassez de presas, agravada pelo desmatamento, tem aumentado os encontros entre onças e áreas urbanas, como visto em Ladário (MS), onde um animal foi capturado após circular pela cidade em 2023.
A onça-pintada habita principalmente a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado, regiões que concentram a maior população da espécie no Brasil, responsável por 50% dos indivíduos no mundo. O Pantanal, com sua abundância de presas e áreas preservadas, abriga os maiores exemplares, mas o avanço da degradação ambiental reduz seu habitat e alimentos. Projetos como o Corredor da Onça, que conecta Amazônia e Cerrado ao longo do Rio Araguaia, buscam evitar o isolamento genético e a extinção local.
Com cerca de 5 mil onças protegidas, o corredor ecológico é vital para manter a diversidade genética da espécie, evitando problemas como consanguinidade. Cerca de 70% da área do corredor está em reservas legais ou unidades de conservação, incluindo terras indígenas e parques nacionais. A iniciativa reflete a urgência de equilibrar a preservação da biodiversidade com os desafios do desenvolvimento territorial.