Os contratos futuros de petróleo encerraram em queda nesta terça-feira, 8, após a confirmação de novas tarifas comerciais dos EUA sobre produtos chineses. A medida, que eleva as taxas totais para 104%, reacendeu temores de que a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo possa desencadear uma recessão global e reduzir a demanda por commodities. Na Nymex, o WTI para maio recuou 1,85%, enquanto o Brent para junho caiu 2,16% na ICE, refletindo a aversão ao risco no mercado.
A escalada das tensões comerciais ganhou novo capítulo com a China levando a disputa à Organização Mundial do Comércio (OMC) e afirmando que resistirá às medidas norte-americanas. O anúncio de uma tarifa adicional de 50% pelos EUA a partir da quarta-feira intensificou o pessimismo em Wall Street, interrompendo a recuperação cautelosa do petróleo. Analistas do ING e do ANZ Research alertam que os riscos permanecem negativos, com possíveis novos desdobramentos que podem pressionar ainda mais os preços.
Além das incertezas comerciais, o mercado enfrenta pressões adicionais, como o aumento da produção pela Opep+ e a possibilidade de a China reduzir suas compras de petróleo dos EUA. Segundo especialistas, a combinação desses fatores cria obstáculos significativos para uma recuperação sustentável dos preços do petróleo no curto prazo. O Brent, por exemplo, acumula queda de quase 14% desde o anúncio inicial das tarifas, sinalizando o impacto prolongado da disputa na confiança dos investidores.