O Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) registrou 335.151 pessoas em situação de rua no Brasil em março de 2025, um aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024. Os dados, divulgados pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostram que o problema se agravou significativamente na última década, com um crescimento 14,6 vezes maior desde 2013. A maioria dessas pessoas (88%) tem entre 18 e 59 anos, 84% são homens e 81% sobrevivem com até R$ 109 por mês, valor que representa apenas 7,18% do salário mínimo atual.
A pesquisa revela ainda que 52% das pessoas em situação de rua não completaram o ensino fundamental ou são analfabetas, um percentual mais que o dobro da média nacional. A baixa escolaridade limita o acesso a oportunidades de trabalho, agravando a vulnerabilidade social. Geograficamente, a Região Sudeste concentra 63% da população em situação de rua, com destaque para São Paulo, que sozinha abriga 42,82% do total. Capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza também aparecem entre as com maior número de registros.
O relatório aponta ainda a violência como um grave problema: entre 2020 e 2024, foram registradas 46.865 denúncias de agressões contra essa população, principalmente em vias públicas. O Observatório da UFMG critica a falta de políticas públicas eficientes e o descumprimento de direitos constitucionais, enquanto o Ministério do Desenvolvimento Social destaca investimentos em serviços de acolhimento e inclusão, como os Centros POP e o Paefi, para enfrentar as desigualdades.