O Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) registrou 335.151 pessoas em situação de rua no Brasil em março de 2025, um aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024. Os dados, divulgados pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostram que a população em situação de rua é majoritariamente composta por homens (84%), com 88% na faixa etária de 18 a 59 anos. A renda média é alarmante: 81% sobrevivem com até R$ 109 mensais, equivalente a 7,18% do salário mínimo. Além disso, 52% não completaram o ensino fundamental, percentual mais que o dobro da média nacional.
A região Sudeste concentra 63% desse grupo, com destaque para São Paulo, que abriga 42,82% do total. Capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza também aparecem entre as com maior população em situação de rua. Entre 2020 e 2024, foram registradas 46.865 denúncias de violência contra essa população no Disque 100, sendo as vias públicas o local mais comum de ocorrências. O relatório também aponta violências em espaços que deveriam oferecer proteção, como abrigos e serviços de saúde.
O estudo destaca a falta de políticas públicas eficientes para moradia, trabalho e educação, apontando para a necessidade de ações mais robustas. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social afirmou que tem investido em centros de referência e serviços especializados, mas reconhece desafios como a subnotificação de dados. O cenário reforça a urgência de medidas estruturais para combater as desigualdades e garantir direitos básicos a essa população vulnerável.