O número de vítimas de acidentes com motocicletas internadas na Bahia em 2024 chegou a 12.888, um aumento de 117% em relação a 2014, quando foram registradas 5.949 ocorrências. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o crescimento está diretamente ligado à expansão da frota de motos no estado. Em Salvador, por exemplo, o número de veículos emplacados subiu quase 35% nos últimos cinco anos, chegando a 216.338 unidades. A maioria das vítimas são homens entre 20 e 29 anos, evidenciando um problema de saúde pública que demanda maior atenção.
Hospitais como o Ortopédico da Bahia recebem diariamente pacientes vítimas de acidentes, sendo que 70% dos atendimentos estão relacionados a colisões no trânsito, mais da metade envolvendo motociclistas. Especialistas apontam que fatores como excesso de velocidade, falta de equipamentos de proteção, uso de álcool e drogas, além de vias mal conservadas, contribuem para o alto índice de acidentes. A situação tem levado à implementação de medidas como a motofaixa na Avenida Bonocô, em Salvador, destinada a melhorar a segurança dos condutores.
A motofaixa, primeira do tipo na capital baiana, foi criada entre as faixas 1 e 2 da Bonocô, com demarcação em azul e branco, mantendo as quatro faixas originais para outros veículos. A velocidade máxima na via foi reduzida para 60 km/h, medida determinada pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). A prefeitura já sancionou uma lei para estender o projeto a outras vias, visando reduzir os acidentes. A iniciativa coloca Salvador como a terceira capital do país a adotar esse tipo de solução viária.
