A Federação Internacional de Diabetes (IDF) reconheceu oficialmente o diabetes tipo 5, uma forma rara e grave da doença que afeta principalmente homens jovens em países com altos índices de desnutrição, como na África e Ásia. Estima-se que entre 20 e 25 milhões de pessoas no mundo sofram com essa variação, que resiste ao tratamento convencional com insulina e tem um prognóstico sombrio, com sobrevida média de um ano após o diagnóstico. Apesar de mapeada desde os anos 1970, a doença ainda é pouco compreendida, e sua associação com a subnutrição não explica totalmente seus mecanismos biológicos.
O diabetes tipo 5 difere significativamente dos tipos 1 e 2. Enquanto o tipo 1 é autoimune e o tipo 2 está ligado a obesidade e sedentarismo, o tipo 5 está relacionado à desnutrição proteica na primeira infância, afetando o desenvolvimento do pâncreas. Pacientes são tipicamente magros, contrastando com o perfil do tipo 2. No Brasil, onde há 16,6 milhões de diabéticos, a presença do tipo 5 ainda é desconhecida, mas especialistas alertam para a possibilidade de subdiagnóstico devido à falta de acesso a serviços médicos em regiões pobres.
O reconhecimento formal do diabetes tipo 5 pela IDF busca impulsionar pesquisas e protocolos internacionais para combater a doença, historicamente negligenciada. A médica Meredith Hawkins, uma das principais especialistas no tema, espera que a medida ajame a salvar vidas, já que a condição costuma ser fatal. Com previsão de aumento global de casos de diabetes até 2050, a inclusão do tipo 5 no radar da saúde pública é um passo crucial para enfrentar esse desafio médico e social.