Nos últimos meses, o cenário econômico global passou por mudanças profundas, marcadas pelo fim de um período de juros baixos, estímulos constantes e liquidez abundante. Indicadores como inflação, crédito, dólar, juros e ouro apontam para uma nova realidade, mais volátil e menos previsível. A inflação, por exemplo, agora é influenciada por fatores políticos e geopolíticos, como tarifas comerciais, enquanto o ouro surge como ativo preferido para proteção, com preços batendo recordes históricos e bancos centrais aumentando seus estoques de forma consistente.
O dólar, tradicional símbolo de estabilidade, enfrenta sua pior performance em décadas, pressionado por deterioração fiscal e perda de confiança global. Nos EUA, o crédito ao consumidor e a saúde corporativa mostram sinais de fraqueza, com falências em ritmo acelerado desde 2008. Além disso, o risco subestimado da dívida americana, com trilhões em títulos nas mãos de investidores estrangeiros, pode desencadear impactos violentos em juros e câmbio caso haja uma fuga de capital.
O mercado já reage a essas transformações, com taxas de juros saltando em níveis não vistos desde crises anteriores. O texto alerta que o mundo pós-2020 exige um novo olhar estratégico, já que o ambiente econômico atual é mais protecionista, instável e repleto de incertezas. A alta do ouro é apenas o sinal mais visível de uma transição global que, se ignorada, pode ter custos elevados para investidores e economias.