Um empresário brasileiro, que já foi um dos mais ricos do país, anunciou seu retorno aos negócios com um projeto ambicioso: uma variedade de cana-de-açúcar que, segundo ele, é muito mais produtiva que a convencional. Batizada de “supercana”, a planta promete produzir até três vezes mais etanol e até 12 vezes mais bagaço por hectare, com potencial para ser usada na fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF) e embalagens biodegradáveis. O projeto já atraiu investimentos de US$ 500 milhões, mas enfrenta ceticismo do setor, que questiona sua viabilidade econômica e técnica.
O setor canavieiro tem histórico de pesquisas semelhantes, muitas abandonadas por falta de rentabilidade ou desafios no processamento da cana com maior teor de bagaço. Especialistas destacam que variedades com mais celulose são mais difíceis de moer e têm menor poder calorífico comparado a outras fontes de biomassa. Empresas que investiram em projetos parecidos, como a produção de etanol de segunda geração, enfrentaram obstáculos tecnológicos, o que aumenta as dúvidas sobre o novo empreendimento.
O empresário defende que a “supercana” será usada para fins mais nobres, como SAF e plásticos sustentáveis, e que máquinas adaptadas resolverão os problemas de processamento. Com plantios experimentais em São Paulo e planos de expansão no Rio de Janeiro, o projeto pretende começar a operar em escala comercial até 2026. Apesar das críticas, ele afirma que a iniciativa pode transformar o mercado, destacando que o setor precisa de inovação para enfrentar os desafios ambientais e energéticos do futuro.