Um empresário brasileiro, que já foi um dos mais ricos do país, anunciou seu retorno aos negócios com um projeto ambicioso: uma variedade de cana-de-açúcar que promete ser até três vezes mais produtiva em etanol e até 12 vezes mais em bagaço do que a cana convencional. Batizada de “supercana”, a iniciativa tem como objetivo produzir combustível sustentável para aviação (SAF) e embalagens biodegradáveis, com investimentos estimados em US$ 500 milhões. A proposta, no entanto, foi recebida com ceticismo pelo setor, que já investiu em pesquisas similares no passado, mas abandonou a maioria por falta de viabilidade econômica.
O projeto é baseado em pesquisas de melhoramento genético conduzidas por um agrônomo com décadas de experiência no desenvolvimento de variedades de cana, especialmente voltadas para a produção de biomassa. Apesar do histórico de tentativas fracassadas no setor, o empresário afirma que a “supercana” será processada com maquinário adaptado e terá aplicações mais nobres, como a fabricação de plásticos sustentáveis e combustíveis verdes. Ele também destacou parcerias em negociação, incluindo um fundo de investimento árabe, e planos para expandir o cultivo experimental para 70 mil hectares até 2031.
Especialistas do setor, no entanto, apontam desafios técnicos e econômicos, como a dificuldade de processar cana com maior teor de bagaço e o menor poder calorífico em comparação a outras fontes de biomassa. Apesar das críticas, o empresário mantém otimismo, afirmando que o projeto trará inovação e sustentabilidade ao setor. O debate reflete a complexidade de introduzir novas tecnologias em um mercado tradicional, onde o custo-benefício e a eficiência são determinantes para o sucesso.