O presidente do IBGE destacou a necessidade de repensar o modelo de modernidade ocidental, que está em colapso e não serve mais como referência para os países do Sul global. Em participação no evento “Dilemas da humanidade: perspectivas para a transformação social”, ele argumentou que os pilares do progresso ocidental — poder militar, exploração desenfreada da natureza e crescimento populacional — são insustentáveis na sociedade atual. Segundo ele, essa crise leva a uma visão de futuro incerto, com predominância de planejamentos de curto prazo em detrimento de estratégias de longo alcance.
O especialista ressaltou que o Norte global não oferece soluções viáveis para os desafios contemporâneos, enfatizando que o futuro do Sul global não deve depender de modelos norte-americanos ou europeus. Além disso, ele apontou a economia digital como um novo campo de disputa, no qual a soberania sobre dados é crucial. Poucos países, segundo ele, têm controle efetivo sobre suas informações, o que exige a criação de alternativas próprias para garantir autonomia nessa área.
A fala reforçou a urgência de se desenvolver um novo paradigma de progresso, distante dos modelos tradicionais que privilegiam interesses econômicos em detrimento do planejamento social. A reflexão proposta busca caminhos inovadores, capazes de enfrentar os dilemas atuais sem repetir os erros do passado, garantindo um futuro mais equilibrado e sustentável para as nações do Sul global.