Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) desenvolveram uma embalagem antiestática e ecológica feita a partir de bagaço de cana-de-açúcar e negro de fumo, um pó de carbono. O material, chamado de criogel condutivo, combina alta resistência mecânica com controle ajustável de condutividade elétrica, sendo capaz de dissipar cargas elétricas de forma lenta ou atuar como condutor eficiente, dependendo da concentração de negro de fumo. Além disso, o produto é resistente ao fogo, oferecendo uma alternativa sustentável ao plástico tradicionalmente usado em embalagens de componentes eletrônicos.
O estudo, financiado pela Fapesp e publicado na revista Advanced Sustainable Systems, revelou que o material pode proteger dispositivos sensíveis, como chips e semicondutores, presentes em celulares, computadores e veículos. A equipe de pesquisa destacou que o criogel utiliza matérias-primas abundantes, como resíduos agroindustriais, agregando vantagens competitivas e ambientais. Embora os custos de produção ainda não estejam definidos, o CNPEM já patenteou a tecnologia e busca parcerias para viabilizar a produção em escala industrial.
A proposta do criogel condutivo é substituir embalagens plásticas altamente poluentes por uma opção sustentável e de alto desempenho. Como explicado pelos pesquisadores, o material une versatilidade e eficiência, baseando-se em componentes tradicionais, como celulose e negro de fumo, amplamente utilizados em outras indústrias. A inovação representa um avanço significativo na busca por soluções ecológicas para o setor de embalagens eletrônicas, alinhando-se às demandas por menor impacto ambiental.