O Instituto Butantan inaugurou uma nova sede para o Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEv), dedicado ao estudo e conservação de serpentes ameaçadas de extinção, com foco em espécies endêmicas de ilhas litorâneas brasileiras. Entre as cinco espécies pesquisadas estão a jararaca-da-moela, descoberta há três anos na Ilha da Moela (Guarujá, SP), e a jararaca-ilhoa, nativa da Ilha da Queimada Grande, conhecida por sua peçonha extremamente potente. O laboratório, localizado em São Paulo, integra um fragmento de Mata Atlântica e planeja abrigar o primeiro criadouro científico do Brasil para preservação dessas serpentes.
A jararaca-da-moela (Bothrops germanoi) foi batizada em homenagem a um colaborador do Butantan e se distingue por características morfológicas únicas, como cabeça menor e coloração entre cinza e marrom. Já a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) adaptou-se ao isolamento geográfico, desenvolvendo um veneno capaz de matar aves instantaneamente, essencial para sua sobrevivência. Ambas as espécies enfrentam riscos críticos de extinção, destacando a importância das pesquisas realizadas no LEEv.
Além dessas, o laboratório estuda outras três espécies: a jararaca-de-alcatrazes (SP), a jararaca-de-vitória (Ilhabela, SP) e a jararaca-dos-franceses (ES). O espaço oferece visitas guiadas com acessibilidade para PCDs, reforçando seu compromisso com a educação científica. A iniciativa representa um avanço na conservação da biodiversidade, combinando pesquisa de ponta com ações práticas para proteger serpentes únicas do ecossistema brasileiro.