O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (28) um decreto que intensifica as medidas contra as chamadas cidades-santuário, que resistem às políticas de imigração defendidas pela atual administração. A ordem executiva visa pressionar autoridades locais que não cooperam com a aplicação das leis federais, ameaçando cortar fundos governamentais para essas jurisdições. A medida surge próximo ao marco dos primeiros 100 dias no cargo, com a alegação de avanços significativos no controle das fronteiras.
Segundo dados apresentados por representantes do governo, houve uma queda de 95% nas interceptações de migrantes sem documentos na fronteira com o México em um ano, passando de 140.000 para 7.000 casos desde março de 2024. A administração atribui essa redução ao reforço das leis migratórias e à restauração da “soberania nacional”. No entanto, tribunais já decidiram que retenções de verbas federais por motivos relacionados a políticas locais de imigração são ilegais, o que pode gerar disputas judiciais.
A discussão sobre as cidades-santuário reflete um debate mais amplo sobre imigração no país, que foi tema central em campanhas eleitorais recentes. Enquanto o governo defende a necessidade de rigor na aplicação das leis, críticos argumentam que a medida pode desconsiderar decisões judiciais anteriores e afetar comunidades que buscam proteger imigrantes em situação irregular. O impasse deve continuar a ser debatido nos próximos meses, tanto no âmbito político quanto no jurídico.