A nova modalidade de crédito consignado com garantia do FGTS, lançada em 21 de março, movimentou R$ 8,9 bilhões em seu primeiro mês, valor abaixo da projeção inicial de R$ 100 bilhões em três meses, mas dentro das expectativas do governo e da Febraban. A linha de crédito, que permite aos trabalhadores formais do setor privado usar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia, deve ganhar força com o tempo, conforme os processos sejam modernizados e os trabalhadores se familiarizem com o produto. A adesão pode ser feita via Carteira de Trabalho Digital ou pelos canais eletrônicos dos bancos a partir de 25 de abril, com opção de migração de empréstimos mais caros, como o CDC, para a nova modalidade.
Text: O governo prevê uma redução de cerca de 40% nas taxas de juros em comparação com outras linhas de crédito, como o cheque especial ou o cartão de crédito rotativo. A taxa média do consignado privado, que era de 2,89% ao mês em dezembro de 2023, deve cair significativamente com a garantia do FGTS. No entanto, a regulamentação completa do uso do fundo como garantia só será aprovada pelo Conselho Curador do FGTS em 15 de junho, o que pode gerar incertezas operacionais até lá, embora o risco seja considerado baixo pelas instituições financeiras.
Text: A medida beneficia 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo domésticos, rurais e empregados de MEI, antes excluídos do consignado. O desconto das parcelas é feito diretamente na folha de pagamento, e, em caso de demissão sem justa causa, o FGTS e a multa rescisória são acionados para quitar a dívida. A portabilidade entre bancos estará disponível a partir de 6 de junho, ampliando as opções para os trabalhadores. A expectativa é que, com a consolidação do sistema, o novo consignado se torne uma alternativa acessível e segura para reduzir o endividamento da população.