A nova modalidade de crédito consignado com garantia do FGTS, lançada em 21 de março, registrou empréstimos de R$ 1 bilhão nas primeiras duas semanas, com São Paulo e Rio de Janeiro liderando as operações. Apesar do volume inicial modesto, o governo e a Febraban projetam que a demanda crescerá significativamente a partir de 25 de abril, quando os bancos intensificarão a migração de dívidas mais caras para essa linha. A expectativa é que até R$ 85 bilhões dos R$ 320 bilhões em créditos existentes, como o CDC, sejam transferidos para o consignado com taxas menores, que podem cair cerca de 40% em comparação com outras modalidades.
O programa permite que trabalhadores formais do setor privado usem até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia, com parcelas descontadas diretamente na folha de pagamento. A adesão pode ser feita via Carteira de Trabalho Digital ou pelos canais bancários a partir de 25 de abril, enquanto a portabilidade entre instituições financeiras estará disponível a partir de 6 de junho. A regulamentação completa do uso do FGTS como garantia, no entanto, só deve ser aprovada pelo Conselho Curador do fundo em 15 de junho, embora o governo busque antecipar essa data.
A Febraban destaca que os primeiros dias de operação foram mais lentos devido à adaptação de processos e à necessidade de esclarecimento sobre o produto, mas acredita que o crédito ganhará força com o tempo. Com taxas médias atuais de 2,92% ao mês para o consignado privado, contra 5,93% do CDC, a expectativa é que a modalidade beneficie os 47 milhões de trabalhadores formais, incluindo domésticos, rurais e MEIs, antes excluídos desse tipo de empréstimo. Em caso de demissão sem justa causa, o FGTS e a multa rescisória serão acionados para quitar a dívida, reduzindo riscos para bancos e trabalhadores.