A Unicamp inaugurou em janeiro um banco de tecidos musculoesqueléticos, o oitavo do país, dedicado a receber, processar e armazenar ossos, tendões e cartilagens para cirurgias ortopédicas. Os tecidos passam por rigorosos testes durante três meses e são armazenados a −80°C, com validade de até cinco anos. Um único doador pode beneficiar cerca de 30 pessoas, mas a demanda ainda supera a oferta, com mais de 80 pacientes aguardando na fila da Unicamp.
O processo de doação exige autorização familiar e inclui tanto doadores falecidos quanto vivos, como pacientes de prótese de quadril que podem doar a cabeça do fêmur, normalmente descartada. O biólogo responsável destacou as etapas de processamento, que envolvem remoção de estruturas moles e repetição de exames para garantir segurança. A iniciativa busca aumentar a conscientização sobre a doação, ainda pouco conhecida.
A história da dona de casa Regina dos Santos Agostinelli ilustra o impacto desses transplantes. Após anos de dores e cirurgias, ela recebeu fragmentos ósseos do banco da Unicamp e relatou melhora significativa. O ortopedista Gustavo Constantino reforçou a importância do banco para suprir a alta demanda, destacando que a tecnologia avançada oferece novas chances a pacientes que aguardam por soluções.