Os Estados Unidos iniciaram a cobrança de uma tarifa unilateral de 10% sobre importações de diversos países, incluindo o Brasil, a partir deste sábado (5). A medida, anunciada pelo governo norte-americano, marca uma ruptura com o sistema de tarifas acordadas mutuamente no pós-Guerra e afeta produtos de 57 grandes parceiros comerciais. Entre os primeiros impactados estão nações como Austrália, Reino Unido e Argentina, com cargas já em trânsito tendo um prazo até 27 de maio para evitar a taxação.
Na próxima quarta-feira (9), tarifas ainda mais altas, variando de 11% a 50%, devem ser implementadas, dependendo do país. A União Europeia enfrentará uma taxa de 20%, enquanto a China será atingida por 34%, elevando o total de tarifas sobre produtos chineses para 54%. O Vietnã, que havia se beneficiado da mudança nas cadeias de suprimentos durante a guerra comercial anterior, concordou em negociar um acordo após ser incluído na lista com uma tarifa de 46%. Canadá e México foram isentos, mas continuam sujeitos a taxas relacionadas a questões específicas.
Os mercados globais reagiram fortemente ao anúncio, com perdas recordes nas bolsas de valores e queda nos preços de commodities. Investidores buscaram refúgio em títulos públicos, enquanto setores como energia, farmacêuticos e semicondutores foram temporariamente excluídos das novas tarifas. A medida representa uma mudança significativa na política comercial dos EUA, com efeitos que podem se estender por anos.