O governo dos Estados Unidos anunciou a cobrança de uma tarifa de 10% sobre todas as importações vindas do Brasil, medida assinada pelo presidente Donald Trump nesta quarta-feira (2). Entre os produtos mais afetados estão óleos brutos de petróleo, café em grão, pastas químicas de madeira, carnes bovinas congeladas e produtos semimanufaturados de aço, que compõem a pauta de exportações brasileiras para os EUA, avaliada em bilhões de dólares. Atualmente, alguns desses itens, como petróleo bruto e aeronaves, entram no mercado norte-americano sem tributação, enquanto outros já enfrentam taxas variáveis, como o café (9%) e as carnes bovinas (10,8%).
Por outro lado, o Brasil também mantém um fluxo significativo de importações dos EUA, incluindo turbinas para aviões, gás natural liquefeito e óleo diesel, que chegam ao país sem tarifas. No entanto, produtos plásticos, como copolímeros de etileno e polietilenos, são taxados em 20% pelo Brasil. A medida protecionista dos EUA surge em um contexto em que o governo brasileiro também adotou políticas semelhantes para a indústria do aço há menos de um ano, refletindo tensões comerciais globais.
O impacto econômico da decisão ainda está sendo avaliado, mas especialistas destacam que o comércio bilateral entre os dois países é robusto, com trocas que ultrapassam os US$ 10 bilhões anuais. Enquanto os EUA são um destino crucial para commodities brasileiras, o Brasil também depende de insumos norte-americanos, como combustíveis e peças aeronáuticas. A medida pode reacender debates sobre protecionismo e relações comerciais entre as duas nações.