Uma descoberta arqueológica recente redefiniu a datação do naufrágio da embarcação de Kyrenia, encontrada na Ilha de Chipre. Originalmente datado do século IV a.C., o navio foi reavaliado por cientistas da Universidade de Cornell, que utilizaram técnicas avançadas como dendrocronologia e radiocarbono calibrado. Os resultados indicam que o naufrágio ocorreu entre 286 a.C. e 272 a.C., tornando-o mais recente do que se acreditava. A pesquisa, publicada na revista PLOS ONE, superou desafios técnicos, como a remoção de substâncias que poderiam comprometer a análise.
O estudo não apenas revisou a cronologia do naufrágio, mas também trouxe novas perspectivas sobre as práticas comerciais e náuticas no Mediterrâneo antigo. A atualização da curva de calibração do radiocarbono permitiu uma compreensão mais precisa da história marítima da região. Entre os artefatos recuperados estão mais de cem ânforas e outros objetos que revelam o tipo de carga transportada, enriquecendo o conhecimento sobre as rotas comerciais da época.
A pesquisa destaca a importância de reexaminar achados arqueológicos com tecnologias modernas, que podem corrigir dados históricos e revelar detalhes antes desconhecidos. Com o avanço dessas técnicas, a narrativa sobre a navegação antiga continua a evoluir, oferecendo insights valiosos sobre as civilizações que moldaram o mundo clássico. O caso do naufrágio de Kyrenia exemplifica como a ciência pode reescrever a história, mesmo séculos depois dos eventos.