A prefeitura de Salvador sancionou uma lei que obriga instituições de ensino a oferecerem chapéus de formatura adaptados para cabelos crespos, cacheados e volumosos, além dos modelos tradicionais. A medida, assinada em março de 2025, foi inspirada em um projeto da marca baiana Dendezeiro, que desenvolveu quatro modelos de capelos para diferentes tipos de penteados afro. A lei também proíbe a imposição do chapéu tradicional para quem optar pelos novos modelos, garantindo inclusão e conforto durante as cerimônias.
A iniciativa surgiu após relatos de estudantes que precisavam alterar seus cabelos para usar o acessório, muitas vezes sem sucesso. Empresas de fotografia e formatura já haviam começado a adaptar os capelos, como a Hermes Fotografia, que há cinco anos implementou um modelo em forma de tiara para melhor acomodação. A lei visa transformar uma tradição que, até então, excluía parte significativa da população, especialmente em uma cidade com maioria negra como Salvador.
Além de disponibilizar os modelos prontos, a Dendezeiro divulgou um passo a passo para a produção dos capelos, anexado à lei para facilitar o acesso de outras empresas e instituições. A medida foi celebrada como um avanço na representação e inclusão, mostrando como a moda pode ser um instrumento de mudança social. Os novos capelos já foram testados em eventos como o São Paulo Fashion Week e receberam reconhecimento internacional, incluindo prêmios em Cannes.