A nova Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) surge como uma ferramenta para facilitar o acesso ao crédito imobiliário pela classe média, especialmente em um momento de juros elevados. Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, destacou que a Selic, atualmente em 14,25%, dificulta soluções estruturais para o financiamento habitacional. Com o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) perdendo força, a medida busca oferecer uma alternativa temporária até que mecanismos mais permanentes, como um mercado secundário de crédito, sejam desenvolvidos.
A Faixa 4 atende famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, permitindo a contratação de até 120 mil unidades em 2024. Os financiamentos terão prazo de 420 meses e taxa de juros de 10,50% ao ano, para imóveis de até R$ 500 mil. A iniciativa visa suprir a escassez de recursos no SBPE, enquanto o governo estuda opções como a utilização da Empresa Gestora de Ativos (Emgea) para viabilizar a recompra de recebíveis.
Magalhães enfatizou a necessidade de medidas transitórias para enfrentar o cenário atual, enquanto se trabalha em soluções de longo prazo. O programa é visto como um alívio imediato para a classe média, que enfrenta dificuldades para obter crédito em meio à alta dos juros. A expectativa é que, no futuro, mecanismos mais robustos possam garantir financiamentos habitacionais de forma sustentável.