Autoridades do estado de Nova York informaram ao governo federal que não cumprirão a exigência de encerrar práticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) nas escolas públicas, apesar das ameaças de corte no financiamento educacional. Em carta enviada ao Departamento de Educação dos EUA, representantes do estado argumentaram que a agência federal não tem autoridade para impor tais demandas e destacaram que não há leis estaduais ou federais que proíbam os princípios do DEI. Além disso, afirmaram que o estado já cumpriu todas as certificações necessárias, incluindo a conformidade com o Título VI da Lei de Direitos Civis de 1964, e que a interpretação legal do governo atual é equivocada.
O governo federal havia dado um prazo de 10 dias para que escolas em todo o país declarassem o fim de programas considerados discriminatórios, sob risco de perderem verbas federais, que representam cerca de 6% do orçamento das escolas de Nova York. O pedido foi justificado como uma forma de garantir o cumprimento das leis de direitos civis, mas críticos argumentam que a medida conflita com a promessa de autonomia dos estados na educação. Além disso, a postura atual contrasta com declarações anteriores de autoridades do próprio governo, que já defenderam a diversidade como fundamental para o desempenho organizacional.
Esta não é a primeira vez que Nova York resiste a exigências federais. Recentemente, o estado também se recusou a acatar uma ordem para encerrar um programa de financiamento de transporte público através de pedágios elevados em Manhattan. Analistas veem essas ações como parte de um embate mais amplo entre o governo federal e estados controlados por opositores políticos, especialmente em questões relacionadas a políticas progressistas. O Departamento de Educação federal ainda não se pronunciou sobre a resposta de Nova York.