O presidente dos Estados Unidos anunciou a imposição de tarifas de 10% sobre importações de todos os países, com taxas ainda mais altas para nações que mantêm superávits comerciais com os EUA. A medida, apresentada como uma forma de equilibrar as relações comerciais, visa pressionar outros países a reduzir suas próprias barreiras alfandegárias. No entanto, economistas alertam que os custos podem acabar recaindo sobre os consumidores, elevando preços de produtos importados em poucos meses. A administração argumenta que a arrecadação adicional ajudará a compensar cortes de impostos, mas análises indicam que esses benefícios podem favorecer desproporcionalmente os mais ricos.
O poder do presidente para implementar tarifas tem base em leis aprovadas pelo Congresso, que tradicionalmente limitam essas medidas a casos que envolvam segurança nacional ou danos graves a indústrias específicas. No entanto, a atual administração tem usado poderes de emergência para justificar tarifas adicionais, uma estratégia que enfrenta resistência legislativa. Enquanto alguns propõem revogar essas ações, a maioria dos projetos de lei que limitariam a autoridade presidencial enfrenta obstáculos para avançar no Congresso.
Comparativamente, os EUA têm tarifas médias mais baixas que outros grandes economias, como China e Índia, especialmente em produtos agrícolas. A administração atual, porém, alega que cálculos próprios revelam taxas efetivas muito superiores às divulgadas pela Organização Mundial do Comércio. Essas disputas refletem tensões persistentes no sistema comercial global, moldado por acordos históricos como a Rodada Uruguai, mas agora questionado por políticas unilaterais.