A neurocirurgia, especialidade que exige alta precisão e tecnologia avançada, começa a incorporar a robótica, embora em ritmo mais lento do que em outras áreas da medicina. Dificuldades como a necessidade de controle de movimento extremamente delicado limitam sua adoção, mas avanços recentes em robôs tarefa-específicos para cirurgias cranianas, funcionais e de coluna estão mudando esse cenário. No Brasil, alguns centros já adotam essas inovações, embora a maioria das instituições de treinamento ainda não as incluam em seus programas.
Dois campos se destacam na aplicação da robótica: o implante de eletrodos cerebrais profundos, usado no tratamento de doenças como Parkinson e epilepsia, e as cirurgias de coluna, onde a precisão é crucial para evitar danos neurológicos. Técnicas como a estereotaxia e a neuronavegação, combinadas com braços robóticos, aumentam a segurança e a eficiência dos procedimentos. No caso da coluna, robôs já disponíveis no país permitem cirurgias menos invasivas, com cortes menores e resultados equivalentes aos métodos tradicionais.
Embora a maioria dos robôs atue como auxiliares de posicionamento, há esforços para desenvolver sistemas operados remotamente, dando ao neurocirurgião controle direto sobre o procedimento. Além disso, outras aplicações promissoras, como robôs endovasculares e tratamentos oncológicos com laser, estão em desenvolvimento, apontando para um futuro de cirurgias cada vez mais precisas e minimamente invasivas. Com avanços em inteligência artificial e materiais, a neurocirurgia robótica deve se expandir rapidamente nos próximos anos.