Com avanços na neurociência e psicologia cognitiva, a compreensão sobre como a memória funciona foi revolucionada. A cientista Brenda Milner desempenhou um papel crucial nesse processo, especialmente ao estudar pacientes com amnésia, como Henry Molaison, conhecido como H.M. Suas pesquisas revelaram que a memória não é um sistema único, mas composto por múltiplos subsistemas, cada um responsável por funções distintas, como a memória de trabalho, processual e episódica. Essas descobertas transformaram a visão sobre o cérebro e destacaram o papel de estruturas como o hipocampo na formação de novas lembranças.
Um dos momentos mais marcantes da carreira de Milner foi o teste do espelho, no qual Henry, incapaz de reter novas memórias, demonstrou habilidade para aprender tarefas motoras complexas. Esse experimento comprovou que certas memórias, como as habilidades motoras, são armazenadas em áreas diferentes das responsáveis pelas lembranças autobiográficas. A pesquisa de Milner não apenas desvendou mecanismos fundamentais da memória, mas também estabeleceu as bases para a neurociência cognitiva moderna, influenciando gerações de cientistas.
Os estudos de Milner continuam a inspirar novas pesquisas, mostrando como o cérebro gerencia diferentes tipos de memória. Seu legado inclui a descoberta de que danos em estruturas específicas, como o hipocampo, podem afetar apenas certos aspectos da memória, enquanto outros permanecem intactos. Esses insights não apenas esclarecem distúrbios neurológicos, mas também reforçam a importância de entender a memória como um sistema complexo e multifacetado.