Pela primeira vez desde que o acordo nuclear de 2015 foi abandonado, representantes do Irã e dos Estados Unidos se reuniram em Omã para discutir a possibilidade de um novo entendimento. As conversas, mediadas pelo governo omanense, ocorreram de forma indireta, com as delegações trocando mensagens por meio do chanceler local. Embora nenhum detalhe concreto tenha sido divulgado, ambos os lados concordaram em continuar as negociações na próxima semana, focando em alívio de sanções, troca de prisioneiros e controle do programa nuclear iraniano.
O encontro reflete a complexidade das relações entre os dois países, marcadas por desconfiança mútua. O Irã mantém cautela, especialmente devido às ameaças anteriores feitas pelo governo americano. Enquanto isso, os EUA não comentaram oficialmente o diálogo, que busca reviver elementos do acordo original, abandonado em 2018. Na época, o pacto limitava o enriquecimento de urânio pelo Irã, mas hoje o país já acumula estoques capazes de produzir armas nucleares, caso deseje.
Omã, conhecido por seu papel discreto na mediação de conflitos, facilitou a conversa, assim como já fez em negociações passadas. Especialistas acreditam que o Irã pode exigir permissão para enriquecer urânio em níveis mais altos, algo que pode se tornar um obstáculo. Apesar das incertezas, o diálogo representa um passo raro em direção à redução de tensões na região.