O Irã e os Estados Unidos iniciaram uma segunda rodada de negociações em Roma, mediadas por Omã, para discutir o programa nuclear iraniano. As conversas, realizadas de forma indireta, contaram com as delegações em salas separadas e foram lideradas por representantes de ambos os países. O diálogo ocorre em um contexto de crescente tensão no Oriente Médio, agravada pela guerra entre Israel e Hamas e pelos recentes ataques aéreos dos EUA no Iêmen, com o risco de um confronto direto envolvendo o programa nuclear sendo uma das principais preocupações.
As discussões focam no equilíbrio entre as demandas iranianas de manter o enriquecimento de urânio para fins civis e a pressão internacional para impedir avanços militares. Os EUA, que já sinalizaram flexibilidade, voltaram a exigir o desmantelamento do programa, gerando críticas de Teerã. A retomada das negociações é vista como histórica, especialmente após a saída dos EUA do acordo de 2015, e já impactou positivamente a economia iraniana, com a valorização do rial.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) participou dos debates em Roma, destacando seu papel central na verificação de um eventual acordo. A Itália, tradicional mediadora na região, ofereceu apoio para a continuidade das negociações. Apesar do clima diplomático, analistas apontam desafios significativos, como a resistência iraniana em abrir mão do enriquecimento de urânio e a pressão global para evitar a proliferação nuclear. Como afirmou um conselheiro iraniano, o país busca um acordo equilibrado, não uma rendição.