Os Estados Unidos e o Irã iniciaram conversas de alto nível neste sábado (12) em Mascate, Omã, para discutir o programa nuclear iraniano. As negociações, realizadas de forma indireta por meio de um intermediário, marcam o primeiro diálogo do tipo desde 2018, quando os EUA saíram do acordo nuclear de 2015. O enviado americano para o Oriente Médio e o ministro das Relações Exteriores do Irã lideram os debates, com Teerã afirmando buscar um “acordo justo e honroso”, enquanto Washington alerta para a possibilidade de ação militar caso não haja consenso.
O Irã, enfraquecido por sanções econômicas e pressões regionais, tem ampliado seu enriquecimento de urânio, aproximando-se de níveis que preocupam as potências ocidentais. Apesar das tensões, especialistas acreditam que o país pode estar disposto a limitar suas atividades nucleares em troca do alívio das sanções. Enquanto isso, os EUA mantêm sua posição de “pressão máxima”, reforçando restrições ao programa nuclear e ao setor petrolífero iraniano nesta semana.
O contexto regional também influencia as negociações, com conflitos envolvendo aliados do Irã, como o Hezbollah e o Hamas, aumentando as tensões. Analistas sugerem que um eventual acordo pode incluir a redução do apoio iraniano a esses grupos, além de medidas para conter o programa nuclear. A sobrevivência do regime e a recuperação econômica aparecem como prioridades para Teerã, enquanto Washington busca evitar a militarização das capacidades nucleares do país.