Os Estados Unidos e o Irã iniciaram negociações de alto nível neste sábado (12) em Mascate, Omã, para discutir o programa nuclear iraniano, marcando o primeiro diálogo direto entre os países desde 2018. As conversas, mediadas por um intermediário, ocorrem sob a ameaça de ação militar americana caso um acordo não seja alcançado. O Irã, representado pelo ministro das Relações Exteriores Abbas Araqchi, afirmou buscar um “acordo justo e honroso”, enquanto os EUA, liderados pelo enviado Steve Witkoff, insistem na desmilitarização do programa nuclear iraniano como linha vermelha.
O contexto das negociações é delicado, com o Irã tendo ampliado o enriquecimento de urânio para 60% — acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo de 2015, mas ainda abaixo dos 90% necessários para uma bomba atômica. Sanções econômicas dos EUA pressionam a economia iraniana, e especialistas acreditam que o país pode aceitar limites ao seu programa nuclear em troca de alívio das restrições, mas não um desmantelamento total. Enquanto isso, o presidente Donald Trump reforçou que o Irã “não pode ter uma arma nuclear”, mantendo a postura de pressão máxima.
Além do tema nuclear, as tensões regionais, incluindo os conflitos envolvendo aliados do Irã, como o Hezbollah e o Hamas, também influenciam as negociações. Analistas sugerem que um eventual acordo pode incluir a redução do apoio iraniano a esses grupos, visando aliviar as sanções e reativar a economia do país. O desfecho das discussões ainda é incerto, mas ambos os lados demonstram disposição para dialogar, mesmo em meio a ameaças e desconfianças mútuas.