O governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da capital anunciaram nesta quinta-feira (24) que estão negociando uma compensação para os 38 comerciantes da Favela do Moinho, última comunidade remanescente no centro da cidade. A Prefeitura afirmou que 86% dos moradores aderiram voluntariamente ao plano de realocação, porém reconhece desafios com os comerciantes, muitos dos quais também residem no local. A forma de compensação ainda não foi detalhada, mas a proposta inicial é oferecer condições para que esses profissionais reinstalem seus negócios em outras áreas. Um grupo de trabalho foi criado para conduzir as negociações individuais, que começam nesta sexta-feira (25).
A Favela do Moinho, localizada entre linhas de trem e sob um viaduto, é considerada área de risco devido a incêndios graves ocorridos na última década, além de problemas de infraestrutura. Autoridades também apontam a região como ponto de atividades criminosas, o que justificaria a remoção. Enquanto algumas famílias já foram transferidas para moradias temporárias, outras criticam as alternativas oferecidas, especialmente aquelas que desejam permanecer no centro, onde vivem e trabalham há gerações. A presença policial no local tem sido alvo de protestos, incluindo uma manifestação recente que interrompeu o tráfego de trens.
A União dos Movimentos de Moradia de São Paulo questionou as soluções apresentadas pelo governo, argumentando que não atendem às necessidades dos residentes. Em resposta, o Estado reiterou que a ação busca garantir dignidade e segurança para as 821 famílias que vivem em condições precárias. O processo continua em meio a tensões, com moradores exigindo melhores condições de reassentamento e compensação justa para os afetados.