Quase 200 instituições de ensino superior dos EUA, incluindo universidades renomadas como Harvard, Princeton e Yale, assinaram uma carta conjunta contra a interferência política do governo federal no setor educacional. O documento, divulgado pela Associação Americana de Faculdades e Universidades, critica o controle governamental sem precedentes e o uso coercitivo de verbas públicas, defendendo a autonomia das universidades como espaços de livre debate e diversidade de ideias. As instituições afirmam estar abertas a reformas construtivas, mas rejeitam medidas que ameacem a liberdade acadêmica.
O protesto ocorre em meio a tensões entre o governo e universidades, especialmente após alegações de tolerância a discursos antissemitas durante protestos pró-palestinos. Além disso, políticas afirmativas e a presença de estudantes estrangeiros têm sido alvo de críticas, com casos de revogação de vistos e pressão por maior fiscalização. Harvard, que recentemente processou o governo, teve US$ 2,2 bilhões em fundos federais congelados após se recusar a cumprir exigências consideradas intrusivas.
A carta destaca que restrições às liberdades acadêmicas prejudicam não apenas os alunos, mas a sociedade como um todo. Enquanto isso, a Casa Branca avalia medidas adicionais, como proibir a matrícula de estrangeiros e exigir registros de atividades ilegais em campi. As universidades argumentam que tais ações violam a Constituição e as leis de direitos civis, defendendo que a autonomia institucional é essencial para a missão educacional. O impasse reflete um conflito broader sobre o papel do Estado no ensino superior.