O navegador baiano Aleixo Belov está prestes a embarcar em sua sexta volta ao mundo, desta vez enfrentando a desafiadora Passagem Nordeste, uma rota inédita que atravessa a Sibéria e conecta os oceanos Atlântico e Pacífico pelo Ártico. Considerada extremamente difícil devido ao gelo que cobre a região quase o ano todo, a travessia só é possível durante uma janela de seis semanas, quando o gelo se abre. Belov, que já realizou cinco circum-navegações — três delas solo —, contará com uma equipe de brasileiros e russos, incluindo o experiente capitão Sergei Shcherbakov, para auxiliar na navegação e na burocracia, já que a área é de acesso restrito.
A aventura começará em Salvador no dia 12 de abril, com destino a Murmansk, na Rússia, onde Belov buscará as autorizações necessárias para cruzar a Sibéria. O período ideal para a navegação ocorre entre agosto e setembro, quando o gelo recua. Se tudo correr conforme o planejado, a travessia deve durar cerca de três meses. O velejador, que já conquistou a Passagem Noroeste entre o Alasca e o Canadá há dois anos, utilizará seu barco de aço, o Fraternidade, construído por ele mesmo.
Belov, considerado o navegador brasileiro com mais milhas navegadas, destaca que a Sibéria é o único mar que ainda não explorou. Além de superar os desafios do Ártico, ele planeja completar sua sexta circum-navegação. A expedição reforça sua trajetória marcante, que inclui cinco filhos, três netos e um bisneto, além de décadas de histórias no mar. A equipe, inicialmente composta por nove pessoas, será ampliada com mais velejadores russos para enfrentar os rigores da Passagem Nordeste.