A construção de um muro de 576 metros na Praia de Maracaípe, em Pernambuco, tem gerado polêmica ao dificultar o acesso público à orla. Inicialmente autorizado para conter a erosão costeira, o muro foi erguido com dimensões superiores às permitidas pela licença ambiental, provocando protestos de moradores, turistas e ambientalistas. Especialistas alertam que a estrutura agrava os danos ao ecossistema local, afetando a fauna e a flora, enquanto uma decisão judicial pela remoção ainda não foi cumprida.
O caso destaca a tensão entre interesses privados e o direito constitucional de acesso às praias, um conflito recorrente em outras regiões do Brasil, como Jericoacoara (CE) e Praia do Rosa (SC). Em Maracaípe, a barreira também impacta comerciantes locais e turistas, já que a praia é conhecida pelas ondas propícias ao surfe e por ser um berçário natural de tartarugas marinhas. O Pontal de Maracaípe, onde o rio encontra o mar, é outro ponto afetado, com seu ecossistema de manguezais e atrativos como passeios de jangada.
Localizada no município de Ipojuca, a praia é um dos destinos turísticos mais importantes do Nordeste, combinando belezas naturais com atividades de ecoturismo e aventura. A região, que tem sua economia impulsionada pelo turismo e pelo polo industrial de Suape, enfrenta agora um desafio que equilibra desenvolvimento e preservação ambiental. O impasse em Maracaípe reflete um debate nacional sobre o uso coletivo de áreas costeiras e a necessidade de fiscalização efetiva.