Um mural de Emiliano Di Cavalcanti, pintado em 1969, foi vendido por aproximadamente R$ 8 milhões durante a SP-Arte 2025, maior feira de arte moderna e contemporânea da América Latina. A obra, que ficou por 56 anos no hall de entrada de um edifício em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi negociada pela galeria Galatea no primeiro dia do evento. O comprador, um colecionador anônimo, agiu rapidamente para adquirir a peça, que retrata cenas da vida carioca com influências baianas, marcadas pelo estilo característico do artista.
A pintura sem título, uma das maiores do modernista, mede cerca de 277x231cm e foi encomendada para decorar o Edifício Machado de Assis, na Avenida Atlântica. Di Cavalcanti se inspirou em personagens de Machado de Assis, como Capitu, e em elementos da cultura brasileira, como a Mata Atlântica, para criar a composição. Com cores vibrantes e detalhes ricos, a obra foi exposta ao público pela primeira vez durante a feira.
Tamara Perlman, diretora da SP-Arte, destacou o valor artístico e histórico do mural, que combina referências literárias e visuais do Brasil. A venda rápida e o alto valor refletem o prestígio de Di Cavalcanti no mercado de arte e o interesse de colecionadores por peças emblemáticas da cultura nacional. O evento consolidou-se como um espaço importante para negociações de grande relevância no cenário artístico latino-americano.