Os fundos multimercados macro no Brasil reorientaram suas alocações diante do cenário econômico local e global, segundo relatório da XP. Eles aumentaram as apostas na desvalorização do real frente ao dólar e adotaram uma postura defensiva com o Ibovespa, enquanto reduziram a exposição ao S&P 500. Além disso, ampliaram as posições em títulos de longo prazo dos EUA, como os de 10 anos, e venderam os de 2 anos, apostando no achatamento da curva de juros—refletindo expectativas de cortes na taxa básica pelo Federal Reserve ainda em 2024.
O relatório destacou que os fundos analisados, que representam 80% do setor (R$ 92 bilhões em patrimônio), mantêm posições leves em ativos locais, com o “kit Brasil” (câmbio, títulos prefixados e ações) próximo de zero. Enquanto isso, os gestores aguardam novos sinais do mercado para ajustes adicionais, especialmente após o Fed sinalizar possíveis reduções nas taxas de juros este ano, diante da desaceleração econômica e do controle da inflação.
O texto também revela um cenário de saídas significativas nos fundos multimercados. Desde o início de 2024, os resgates líquidos somaram R$ 67,7 bilhões (47% do patrimônio sob gestão em dezembro/2023), com os multimercados liderando as retiradas em fevereiro—especialmente as categorias Livre, Investimento no Exterior e Macro. O movimento reflete a cautela dos investidores em um ambiente de incertezas e reposicionamento estratégico.