Trinta anos após ser expulsa do Magic Circle, um renomado clube de mágicos em Londres, por ter se disfarçado de homem para ingressar na então exclusiva sociedade masculina, Sophie Lloyd teve sua filiação restaurada. Em 1991, ela usou uma peruca e um aparelho para alterar sua aparência, fingindo ser um homem chamado Raymond, mas foi expulsa após revelar a verdade. Na época, o clube, que conta com membros ilustres como o Rei Charles, justificava a proibição de mulheres alegando que não poderiam guardar segredos mágicos.
Apesar da expulsão, o incidente levou o Magic Circle a revisar suas regras, permitindo pela primeira vez a entrada de mulheres. Atualmente, o clube tem sua primeira presidente mulher, Laura London, que buscou Lloyd após conhecer sua história. “Ela capturou a imaginação de todos nós”, disse London, destacando o simbolismo do reconhecimento tardio. Lloyd, agora com 60 anos e vivendo na Espanha, descreveu o momento como agridoce, lembrando a amiga que a ajudou na época e já faleceu.
O clube, fundado em 1905 com o lema “não inclinado a revelar segredos”, passou por significativas mudanças culturais nas últimas décadas. Lloyd observou que, enquanto no passado os membros usavam ternos e botas, hoje adotam um estilo mais casual, com tatuagens e piercings. A restauração de sua filiação marca não apenas uma reparação histórica, mas também reflete a evolução de uma instituição que antes resistia à diversidade.