Em tempos passados, o Ministério das Comunicações era altamente cobiçado pelos partidos, visto como uma fonte de poder, recursos e influência. A distribuição de cargos dentro da pasta funcionava como uma moeda de troca entre o Planalto e o Congresso, em um esquema conhecido como “toma lá dá cá”. No entanto, esse cenário mudou drasticamente, como demonstrado pela recente recusa de um deputado em assumir o ministério, mesmo após aceitá-lo inicialmente, causando desconforto político.
A decisão do parlamentar foi baseada em um cálculo estratégico: evitar desgastes com setores do seu partido contrários ao governo e não se associar a uma administração com baixa popularidade. Para ele, manter-se no Congresso e focar na reeleição era mais vantajoso, especialmente considerando os recursos disponíveis aos deputados, como emendas parlamentares que ultrapassam R$ 30 milhões anuais.
O episódio ilustra como o valor simbólico e político de certas pastas ministeriais diminuiu, refletindo uma mudança nas prioridades dos políticos. Hoje, muitos preferem permanecer no Legislativo, onde têm mais autonomia e acesso a recursos, em vez de assumir cargos no Executivo que podem trazer riscos à sua imagem e carreira. Essa transformação revela um novo equilíbrio de poder dentro da política brasileira.