O governo atual tem implementado alterações significativas na cobertura jornalística da Casa Branca, priorizando veículos alinhados à sua narrativa e reduzindo o espaço para mídias independentes, segundo reportagem do The New York Times. Entre as mudanças, está a criação de um assento rotativo para a chamada “nova mídia”, que inclui desde plataformas digitais até canais com viés político específico, garantindo a eles o direito à primeira pergunta nas coletivas. Além disso, representantes de redes sociais e veículos alternativos têm ganhado maior acesso, enquanto agências tradicionais, como a Associated Press, enfrentam restrições.
A Associação de Correspondentes da Casa Branca, responsável por organizar a cobertura presidencial desde 1914, tem visto sua autonomia ser questionada, com a administração atual sinalizando interesse em interferir na escolha dos veículos que ocupam os assentos reservados. Jornalistas veteranos apontam que a mudança tem resultado em perguntas menos críticas durante os briefings, com a presença crescente de profissionais de mídias partidárias. A justificativa do governo é que a nova composição reflete melhor os hábitos de consumo de notícias da população.
A estratégia de comunicação adotada busca ampliar a disseminação da mensagem oficial, mas especialistas alertam para o risco de erosão da independência jornalística. A longo prazo, as mudanças podem alterar a dinâmica tradicional entre a imprensa e o poder executivo, com implicações para a transparência e o debate público. O caso ilustra um tensionamento entre a adaptação aos novos tempos e a preservação de princípios fundamentais do jornalismo.