O Movimento Sem Terra (MST) realizou invasões em 11 propriedades rurais durante o primeiro fim de semana de abril, em estados como Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo. As ações, parte do chamado “Abril Vermelho”, visam pressionar o governo federal por avanços na reforma agrária, incluindo o assentamento de 100 mil famílias acampadas. O movimento critica o ritmo atual das desapropriações, mesmo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário afirmando que retomou políticas paralisadas no governo anterior.
O ministro responsável pelo diálogo com o MST destacou que a meta é assentar 60 mil famílias até o fim do mandato, com 29 mil até o final deste ano—algo não visto desde 1998. No entanto, líderes do movimento consideram o progresso insuficiente e já pediram a troca do ministro. Enquanto isso, o governo sinalizou maior aproximação com aliados históricos, como o MST, em um contexto de queda de popularidade.
As invasões ocorreram em propriedades como a Usina São José, em São Paulo, alegando crimes ambientais, e em uma fazenda em Minas Gerais, onde mais de 600 famílias reivindicam desapropriação para reforma agrária. O “Abril Vermelho” marca o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, período em que o MST tradicionalmente intensifica suas mobilizações. O governo promete acelerar os assentamentos, mas a tensão entre as demandas do movimento e a capacidade de execução das políticas permanece.