O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Teto (MST) planeja ampliar suas ações neste mês, conhecido como “Abril Vermelho”, pressionando o governo por avanços na reforma agrária. O período é marcado por protestos, incluindo ocupações e bloqueios de rodovias, em memória ao massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 1996. Com o lema “ocupar para o Brasil alimentar”, o movimento organiza atividades em todos os estados, destacando a demanda por assentamentos e políticas para agricultura familiar.
O MST afirma que o número de famílias aguardando assentamento subiu de 65 mil para cerca de 100 mil durante o atual governo. Enquanto isso, a bancada ruralista no Congresso busca revogar medidas implementadas pela gestão, alegando que elas incentivam invasões de terras e fragilizam a segurança jurídica no campo. Um dos alvos é o programa Terra da Gente, criticado por concentrar poder no Executivo na destinação de terras.
O embate reflete a tensão entre as demandas por reforma agrária e os interesses do agronegócio. Enquanto o MST defende mais recursos para agricultura sustentável, parlamentares ruralistas preparam medidas para restringir as ações do movimento. O cenário mostra os desafios do governo em equilibrar essas pressões, num contexto de crescentes mobilizações sociais.