Em uma audiência pública na Vila da Barca, comunidade de palafitas no Pará, moradores surpreenderam o diretor de operações da Cosanpa ao oferecerem um copo de água amarelada e turva, retirada diretamente das torneiras locais. O convite ocorreu após o representante da companhia afirmar que a água distribuída atendia aos padrões de qualidade exigidos por órgãos reguladores. A recusa do diretor em beber o líquido gerou tensão e ampliou a desconfiança da comunidade, que há anos denuncia problemas no abastecimento e na qualidade da água.
A reunião, marcada por insatisfação, foi resultado da pressão de lideranças locais por transparência, especialmente diante das obras vinculadas à preparação da COP 30. Moradores relatam que a situação piorou com as intervenções urbanas, destacando água com cheiro forte, gosto ruim e aparência barrenta. A Cosanpa atribuiu a alteração na coloração ao excesso de chuvas, que sobrecarregou os filtros da estação de tratamento, e afirmou que equipes trabalham para normalizar o sistema.
Enquanto a companhia garante esforços para minimizar impactos, a cena do copo d’água recusado simboliza o abismo entre os relatórios oficiais e a realidade vivida pelos moradores. O episódio expôs a urgência de soluções para o saneamento básico na região, que segue à margem dos preparativos para a conferência climática.