Cientistas investigam há cerca de 15 anos o fenômeno das pessoas que nunca experimentam ressaca, mesmo após consumirem grandes quantidades de álcool. Estudos iniciais, como o conduzido por pesquisadores da Universidade de Boston em 2008, revelaram que aproximadamente 25% dos participantes não relatavam sintomas após intoxicação controlada em laboratório. A subjetividade na percepção dos sintomas, no entanto, dificulta a definição exata de quem é verdadeiramente resistente.
Entre as teorias levantadas, a genética aparece como um fator determinante, influenciando a velocidade com que o corpo metaboliza o álcool. Neurocientistas sugerem que indivíduos com metabolismo mais rápido ou com enzimas específicas, como alguns descendentes asiáticos que possuem deficiência em processar subprodutos tóxicos do álcool, podem ter experiências distintas. Além disso, sistemas imunológicos mais robustos e baixos níveis de ansiedade também são associados a uma menor incidência de ressacas.
Apesar dos avanços, as causas exatas da resistência ainda não foram totalmente esclarecidas. Pesquisas continuam a explorar como fatores biológicos e psicológicos interagem para proteger certos indivíduos dos efeitos adversos do consumo excessivo de álcool. Enquanto isso, o mistério permanece, desafiando a compreensão científica e alimentando a curiosidade sobre essa peculiaridade humana.