O ministro da Previdência Social afirmou que cerca de seis milhões de aposentados e pensionistas tiveram mensalidades associativas descontadas de seus benefícios ao longo dos anos. No entanto, ainda não está claro quantos foram vítimas de cobranças não autorizadas, alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. O ministro destacou que a investigação é complexa, pois exige análise caso a caso para identificar fraudes, e reforçou sua posição contrária ao desconto direto nos benefícios, sugerindo que as entidades adotem métodos alternativos de cobrança.
O governo estuda como restituir os valores ilegalmente descontados, com bloqueio de bens das entidades investigadas. O ministro ressaltou que, entre as 41 organizações autorizadas a fazer cobranças, há aquelas que atuam corretamente. Dados mostram que os descontos cresceram significativamente, passando de R$ 413 milhões em 2016 para R$ 2,8 bilhões em 2024, acompanhados por um aumento proporcional nas reclamações por cobranças não autorizadas.
A operação já resultou em exonerações e afastamentos de dirigentes do INSS, além de expor inconsistências apontadas em auditorias. O ministro admitiu que fraudes na Previdência são antigas, mas destacou a ação inédita em escala para combater o problema. Ele garantiu que os responsáveis serão responsabilizados, incluindo possíveis mentores, e enfatizou o compromisso do governo em investigar e punir os envolvidos.