O ministro da Previdência Social afirmou que cerca de seis milhões de aposentados e pensionistas tiveram mensalidades associativas descontadas de seus benefícios ao longo dos anos, mas ainda não está claro quantos foram vítimas de cobranças não autorizadas. A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, investiga fraudes nesses descontos, que são feitos com base em acordos entre o INSS e entidades. O ministro destacou que a análise caso a caso é complexa e que o governo estuda como restituir os valores ilegalmente cobrados, bloqueando bens das associações envolvidas.
O valor descontado dos benefícios previdenciários para mensalidades associativas cresceu significativamente nos últimos anos, passando de R$ 413 milhões em 2016 para R$ 2,8 bilhões em 2024. Paralelamente, o INSS recebeu mais de 1,1 milhão de pedidos de cancelamento, muitos alegando falta de autorização. Auditorias recentes apontaram inconsistências nas cobranças, resultando em exonerações e afastamentos de dirigentes do INSS. O ministro admitiu que fraudes na Previdência são antigas, mas ressaltou que a atual operação é inédita em escala.
Embora haja entidades que atuem corretamente, o ministro defendeu que as associações devem cobrar diretamente seus associados, sem intermediários. Ele garantiu que os responsáveis pelas irregularidades serão responsabilizados, incluindo possíveis mentores do esquema. A investigação busca identificar toda a cadeia envolvida, com o objetivo de devolver os valores aos beneficiários e punir os culpados.